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segunda-feira, 23 de abril de 2012


THE YEATMAN GANHA ESTRELA MICHELIN

O restaurante do The Yeatman, o emblemático hotel vínico do Porto, acaba de ganhar uma estrela na edição de 2012 do Guia Michelin. The Yeatman é o único estabelecimento da cidade a possuir uma estrela Michelin.  

Adrian Bridge, Presidente do Conselho de Administração do The Yeatman, afirmou: "É com muito orgulho que os colaboradores do The Yeatman recebem a notícia da estrela Michelin que reconhece a excelência do trabalho do nosso chef Richardo Costa e da sua equipa. The Yeatman constitui desde o princípio um projecto ambicioso, tendo como objectivo proporcionar a quem visita o Porto e o Norte de Portugal uma experiência ao nível dos melhores hotéis e restaurantes do mundo. A cozinha criativa baseada nos melhores ingredientes, associada à melhor carta de vinhos do país, permite propor aos nossos clientes a mais inspiradora experiência gastronómica da cidade."
O chef Ricardo Costa acrescentou: "Foi uma honra e motivo de grande satisfação para mim e para a minha equipa receber uma estrela do Guia Michelin. Trata-se do «Óscar» da restauração e reconhece a qualidade do nosso trabalho que se baseia em produtos nacionais de grande qualidade e respeita as melhores tradições culinárias portuguesas. Será com muito gosto que continuaremos a proporcionar uma experiência gastronómica excepcional aos nossos clientes no restaurante e através do nosso programa de jantares vínicos e temáticos."

A estrela Michelin é o mais recente reconhecimento de excelência atribuído ao The Yeatman, que no espaço de um ano se tornou uma referência para quem visita o Porto e o norte do país. Este mês a influente Revista dos Vinhos escolheu The Yeatman, cuja garrafeira contem mais de 25,000 garrafas e reúne mais de 1,000 vinhos portugueses e internacionais, como vencedor do prémio Melhor Carta de Vinhos. The Yeatman acaba de ser aceite também como membro da prestigiada associação de hotéis de luxo Relais & Châteaux, sendo apenas o oitavo hotel em Portugal a ser admitida para este grupo exclusivo que reúne muitos dos melhores estabelecimentos hoteleiros a nível mundial.

Na Quinta-feira dia 1 de Dezembro, The Yeatman inaugura a época natalícia com um magnífico programa vínico que começa com The Christmas Wine Experience, das 11h às 19h, uma prova excepcional de mais de uma centena de vinhos espumantes, generosos e de mesa dos melhores produtores portugueses. Segue-se à noite um exclusivo Jantar Vínico Especial, com um menu especialmente concebido pelo chef Ricard Costa para acompanhar uma selecção de grandes vinhos de alguns dos mais icónicos produtores europeus.

segunda-feira, 16 de abril de 2012


 Sabores Nacionais e Internacionais em Gaia...

                                                                  (Legumes Cozidos)


                                                                        (Picanha)


                                                             (Alheira à Transmontana)


                                                                   (Batata à Murro)


                                                               (Açorda de Bacalhau)


                                                                       (Feijão Preto)


                                                                     (Francesinha)


                                                                    (Naco de Vitela)

                                
              (agradecemos ao restaurante Provas do Cais por ter-nos permitido fotografar estes pratos)

Senhor da Pedra













Sta.Maria Adelaide


Mosteiro de Grijó







Museu Teixeira Lopes






A lenda de Gaia


A LENDA DE GAIA
                                          





 Porém, o brasão da cidade, bem como a fachada principal da Câmara Municipal, recordam uma lenda de bravura que carateriza não só o povo desta região como também do nosso país; estamos a falar da Lenda de Gaia, que Almeida Garrett registou para a posteridade no seu Romanceiro com o título “Miragaia” e sobre a qual afirmou (em 1847): «Este romance é a verdadeira reconstrução de um monumento antigo. Algumas coplas são textualmente conservadas da tradição popular, e se cantam no meio da história «rezada» ainda hoje repetida por velhas e barbeiros do lugar. […] Foi das primeiras coisas deste género em que trabalhei; e é a mais antiga reminiscência de poesia popular que me ficou da infância, porque eu abri os olhos à primeira luz da razão nos próprios sítios em que passam as principais cenas deste romance. Dos cinco aos dez anos de idade vivi com meus pais numa pequena quinta, chamada «O Castelo», que tínhamos aquém-Doiro, e que se diz tirar esse nome das ruínas que ali jazem do castelo mourisco. […] Assim olho para esta pobre Miragaia como para um brinco meu de criança que me aparecesse agora (…).» (in Romanceiro, 1997, Biblioteca Ulisseia, pp. 236-237)
                Eis algumas “coplas” desse poema (pp. 237 – 254):


Noite escura tão formosa,
Linda noite sem luar,
As tuas estrelas de oiro
Quem nas poderá contar!
(…)

E o rei veio de cilada
De além do Doiro passar,
E furtou a linda moira,
A irmã de Alboazar.
(…)

Com a voz enternecida
Assim lhe foi falar.
-«Que tens, Gaia… minha Gaia?
Ora pois! Não mais chorar,

Que o feito é feito…» - «E bem feito!»
Tornou-lhe ela a soluçar,
Rompendo agora nuns prantos
Que parecia estalar;

«E bem feito, rei Ramiro!
Valente acção de pasmar!
À lei de bom cavaleiro,
Para de um rei se contar!

«À falsa fé o mataste…
Quem a vida te quis dar!
À traição… que de outro modo,
Não és homem para tal.
(…)
«Perguntas-me o que miro!
Traidor rei, que hei-de eu mirar?
As torres daquele alcáçar,
Que ainda estão a fumegar.

«Se eu fui ali ditosa,
Se ali soube o que era amar,
Se ali me fica alma e vida…
Traidor rei, que hei-de eu mirar!»

-«Pois mira, Gaia!» E dizendo,
Da espada foi arrancar:
«Mira, Gaia, que esses olhos
Não terão mais que mirar.»

Foi-lhe a cabeça de um talho;
E com o pé, sem olhar,
Borda fora empuxa o corpo…
O Doiro que os leve ao mar.

Do estranho caso inda agora
Memória está a durar:
Gaia é o nome do castelo
Que ali Gaia fez queimar.

E d´além Doiro, essa praia
Onde o barco ia a aproar
Quando bradou - «Mira, Gaia!»
O rei que a vai degolar,

Ainda hoje está dizendo
Na tradição popular,
Que o nome tem – Miragaia
Daquele fatal mirar.



                Já pelo excerto é possível adivinhar uma história digna de um filme, mas vamos aos pormenores… Esta lenda tem muitas versões, por isso optamos por contá-la da maneira que nos pareceu mais interessante…
                O rei Ramiro era um rei cristão, cuja esposa se chamava Gaia. Um dia, visita o rei mouro Alboazar (cujo castelo se situava na zona onde agora fica a cidade de Gaia) e apaixona-se pela irmã deste, a qual se chamava Zara, e rapta-a.
                Alboazar, como vingança, rapta Gaia e leva-a para o seu reino, juntamente com a criada desta, Peronela.
                Entretanto, o rei Ramiro, apercebendo-se do rapto, fica louco de raiva e, juntamente com o seu filho e cavaleiros da sua confiança, dirige-se de barco pelo rio Douro ao reino de Alboazar. Aí, disfarça-se de mendigo, deixando instruções aos seus homens (que ficaram escondidos nas margens) no sentido de, ao ouvirem o toque do corno, irem em seu auxílio.
                Dirige-se assim até uma fonte que ficava junto do castelo de Alboazar e aguarda que Peronela vá buscar água para a sua senhora. Quando isso acontece, pede à criada (sem que esta o reconheça) que lhe dê um pouco de água do jarro a aí deita o seu anel.
                Quando Peronela volta ao castelo, Gaia, ao beber da água do jarro, encontra o anel e logo o reconhece como sendo do seu marido. Então, pede a Peronela que corra à fonte para lhe trazer o mendigo à sua presença.
                Peronela assim o faz e o rei Ramiro encontra-se finalmente com Gaia, a qual lhe diz que Alboazar está prestes a chegar e, por isso, deverá esconder-se no local que lhe indica, até que chegue o momento ideal para se vingar do rei mouro.
                Chegado Alboazar ao castelo, Gaia pergunta-lhe o que faria se pudesse ter o rei Ramiro na sua presença, ao que o rei mouro lhe respondeu prontamente que o mataria! Então, Gaia mostra-lhe o esconderijo onde se encontrava o rei Ramiro.
                Alboazar, vendo o rei cristão perante si, pergunta a este o que faria se a situação fosse a inversa. Ramiro afirma que tocaria o corno que trazia consigo, de modo a chamar todas as pessoas do reino, para presenciarem essa morte e assim festejarem tal acontecimento. O rei mouro achou a ideia genial e concretizou a sugestão.
                No entanto, perante o toque do corno, logo surgem os companheiros do rei Ramiro, que facilmente vencem os mouros, deixando o castelo em chamas.
                No regresso ao barco que os trouxe ao reino mouro, quando já tinham começado a viagem de regresso a casa, o rei repara que Gaia chora; ao perguntar-lhe o motivo de tal choro, ela responde que está triste pela morte do seu amado Alboazar.
                Quando ouve tais palavras, o filho diz ao pai que a sua mãe é indigna de continuar viva e assim o rei Ramiro ata-lhe uma corda ao pescoço, juntamente com uma pedra pesada, mas antes de a atirar borda fora diz: «Pois mira Gaia que esses olhos não terão mais que mirar!».

                É linda, não é, esta lenda? Pois, para 2020, acreditamos que haverá toda uma dinâmica à volta desta história, seja através de representações de rua, de pratos, doces e bebidas alusivas ao tema (que tal: Francesinha à rei Ramiro? Castelinhos folhados Alboazar? Corn[o]ucópias rei Ramiro? Jarro de sangria Peronela?) ou ainda através de uma série de produtos de “merchandising”, pois a cidade tem potencialidades para atrair IMENSOS turistas nacionais e estrangeiros. Por isso, vamos lá continuar a «colocar o Douro no mapa internacional»!